sábado, 30 de agosto de 2008

CTNBio libera plantio comercial de algodão da Bayer

De grão modificado em grão modificado, o Brasil vai enchendo o papo como um país liberal para o cultivo de transgênicos. Na contramão de recentes resoluções restritivas tomadas por União Européia, Suíça, Canadá e Japão, o governo brasileiro segue liberando novas variedades de organismos transgênicos para testes, plantio e comercialização. O trampolim de lançamento dos transgênicos no país continua sendo a polêmica Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão subordinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e politicamente controlado pelo lobby pró-transgênicos.Em sua última reunião, realizada na quinta-feira (21) em Brasília, a CTNBio aprovou para plantio comercial em solo brasileiro uma variedade de algodão transgênico conhecida como Liberty Link, que foi desenvolvida e é produzida pela transnacional do setor de biotecnologia Bayer CropScience. Com essa, já são seis as liberações de variedades transgênicas para plantio (três de milho, duas de algodão e uma de soja) concedidas pela CTNBio, ritmo intensificado desde que o quorum para aprovações na comissão foi reduzido de dois terços para maioria simples no ano passado.
Pelo menos outros oito pedidos de liberação de variedades trasngênicas já estão na pauta de votações da CTNBio, e tudo indica que serão aprovadas. Além da Bayer, já se beneficiaram ou podem se beneficiar com as decisões da comissão empresas transnacionais como a Monsanto, a Syngenta e a DuPont, entre outras. A votação que liberou o algodão Liberty Link mostra a correlação de forças na CTNBio: dezoito votos favoráveis, três votos contrários e duas abstenções.Os representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Kageyama, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Leonardo Melgarejo, e o especialista ambiental Paulo Brack apresentaram pareceres contrários e, posteriormente, votaram contra a aprovação do algodão transgênico da Bayer. Durante sua intervenção, Kageyama, que é geneticista e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), afirmou que o algodão transgênico Liberty Link “é uma grande ameaça a espécies e variedades silvestres em todos os seis biomas brasileiros”.O algodão desenvolvido pela Bayer foi modificado geneticamente para resistir a um herbicida conhecido como glufosinato, veneno considerado altamente nocivo à saúde humana e dos animais e com grande capacidade de contaminação do solo. No Brasil, desde maio do ano passado _ quando a CTNBio liberou uma variedade de milho transgênico da Bayer resistente ao mesmo herbicida _ a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, já vem alertando o governo sobre os riscos do glufosinato.Segundo a Anvisa, a ingestão de glufosinato, ainda que em pequenas doses, traz graves riscos à saúde de gestantes, recém-nascidos e bebês em fase de amamentação. A agência alerta também que a resistência do algodão transgênico ao glufosinato fará, como é comum nesses casos, com que cada vez sejam aplicadas doses maiores do herbicida. Isso acarretará um aumento do nível de contaminação do fio e também do óleo de algodão, que está na base de fabricação de diversos produtos industrializados.

materia retirada da Carta Maior :

http://www.cartamaior.com/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15202

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São Paulo, Brazil