5 pessoas morrem em protesto organizado por monges budistas

Milhares de pessoas estão saindo às ruas de Myanmár (antiga Birmânia) nos ultimos nove dias, em uma onda de desobediência civil organizada por monges budistas contra a junta militar que governa o país. Hoje (26/09), desafiando o toque de recolher imposto pela junta militar, mais de 10.000 pessoas saíram às ruas de Rangum, a maior cidade de Mianmár. Mais de 300 monges e ativistas foram presos, mais de 100 ficaram feridos e 5 pessoas morreram. São as maiores manifestações desde que passeatas estudantis foram brutalmente reprimidas há 20 anos, resultando em mais de 3.000 mortos.
Os atuais protestos começaram em 19 de agosto, motivados pela alta dos preços dos combustíveis decretada pelo governo. As tensões agravaram-se no início de setembro, quando um grupo de monges foi agredido por soldados da tropa de choque durante uma manifestação pacífica. Desde então, com a adesão em massa dos monges budistas, as manifestações foram agregando cada vez mais pessoas, culminando na decretação do toque de recolher pelo governo.
A mídia oficial acusa membros da oposição, sob ordens de Suu Kyi, de incitar os monges a se manifestarem contra a Junta Militar. Suu Kyi está presa há 11 anos. Em 1990, o partido dela venceu as eleições nacionais, mas o pleito acabou anulado pelo Exército, e ela nunca pode assumir o governo. Furando a censura do regime centenas de bloqueiros e ativistas estão usando celulares para enviar imagens e informações sobre os protestos. O futuro das manifestações é imprevisível, e a solidariedade internacional torna-se imprescindível para evitar um novo massacre.

materia retirada do cmi
http://www.midiaindependente.org/